sábado, 13 de agosto de 2011




Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
                                                                          (Nelson Mandela)





Projeto Escola de Todas as Cores, de Todas as Raças: Igualdade a partir da Diferença.

O projeto "Escola de Todas as Cores, de Todas as Raças: Igualadade a partir da Diferença" é o meio pelo qual a EE “Dona Carolina Francini Burali”, localizada em Assis/SP, visa cumprir a lei 10.639/03. Isso ocorre por entender ser “uma instituição social” e que “dela fazem parte sujeitos sociais que compartilham, combatem, reproduzem, modificam, fortalecem, e ressignificam pensamentos e visões de mundo” (BELELI et al 2009 p.165) fará cumprir sua parte disponibilizando aos seus alunos do Ciclo II do Ensino Fundamental e do Ensino Médio o referido projeto no decorrer do segundo semestre letivo de 2011. 

O Projeto
           
            O desenvolvimento do Projeto Escola de Todas as Cores, de Todas as Raças: igualdade a partir da diferença dar-se-á no decorrer do segundo semestre letivo de 2011, tendo como público alvo a comunidade que forma a EE “Dona Carolina Francini Burali, em Assis, com atividades dentro e fora da sala de aula, principalmente nos momentos em que ocorram faltas de professores titulares ou substitutos das disciplinas que compõem o currículo do estabelecimento de ensino. Para tanto ele está adequado às exigências legais e ao Projeto Político Pedagógico da referida unidade escolar, estando pautado pela justificativa e pelos objetivos a seguir:

            - Justificativa:
           
            Para atender os preceitos legais determinados pela Lei 10.639/03, de 09 de janeiro de 2003, a qual altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências, e assim promover uma releitura da História que ao longo dos anos tem sido fragmentada no que se refere à contribuição da cultura africana para a formação da cultura brasileira e fazendo com que os afro-descentes sejam vistos e tratados como seres de segunda categoria devido à predominância da cultura européia no seio da sociedade nacional é que a Escola Estadual “Dona Carolina Francini Burali”, localizada em Assis, Estado de São Paulo, irá desenvolver entre seus alunos do Ciclo II do Ensino Fundamental e do Ensino Médio o Projeto Escola de Todas as Cores, de Todas as Raças: igualdade a partir da diferença.
            Com o projeto a unidade escolar pretende valorizar o conhecimento da cultura africana, contribuindo para as mudanças necessárias e condizentes com uma sociedade democrática e justa e que atenda os preceitos constitucionais de que todos são iguais, não admitindo, para tanto, distorções, diferenças e dominação de uma raça ou cultura sobre a outra, e conforme afirma o líder sul-africano, Nelson Mandela, se aprendemos a odiar, é possível que sejamos ensinados a amar.

            - Objetivos Gerais:

- Promover uma nova visão da participação do negro na formação cultural brasileira;
- Proporcionar condições para que brancos e negros e outras etnias que compõem o povo brasileiro convivam mutuamente em condição de harmonia;
- Difundir e valorizar a cultura afro-brasileira; 
- Promover a cidadania e igualdade social reconhecendo a pluralidade racial;
- Resgatar a dignidade racial e cultural dos afro-descendentes.

            - Objetivos Específicos:

- Identificar a origem dos africanos trazidos como escravos para o Brasil;
- Relacionar a escravidão com o tráfico humano
- Identificar a contribuição dos povos oriundos do Continente Africano para a sociedade brasileira dos períodos escravagista e atual;
- Discutir e conhecer o papel no negro, identificando as personalidades que contribuíram para a cultura, para o esporte, para as artes, para a política, enfim, para os variados setores da sociedade brasileira.
- A luta pela liberdade a partir das comunidades quilombolas
- Perceber as diferenças e semelhanças entre as comunidades africanas existentes no Brasil e no mundo;

            - Habilidades e competências a serem desenvolvidas:

- Desenvolver procedimentos de pesquisa em diferentes fontes de informação;
- Capacidade de relacionar-se com as diferenças étnico-raciais;
- Contextualizar e posicionar-se diante da realidade social brasileira;
- Reconhecer-se como sujeito ativo da cultura brasileira.


No entanto o projeto não se pautará apenas por trabalhar a cultura afro-brasileira, sendo está um pano de fundo para que as mais variadas situações de preconceitos presentes no universo escolar sejam levantadas, questionadas e analisadas, buscando uma convivência pacífica entre alunos, professores, servidores, gestores e comunidade em geral.  Isso porque sabemos que o Brasil sofreu e sofre influência das mais variadas culturas de todos os cantos do planeta.




Isto exposto, o professor responsável pelo projeto, Silvio Luís de Carvalho, mediante autorização verbal da diretora da unidade escolar, Lucia H. G. F. Germano, está criando o presente blog, o qual servirá como veículo de comunicação do projeto para que toda a comunidade escolar (interna e externa) possa acompanhar o que vem sendo produzido pelos alunos, e quem sabe servir como estímulo para que outras unidades escolares e a sociedade como um todo trilhem por um caminho que poderá conduzí-las à igualdade a partir da diferença. Cabe ressaltar que este projeto, além de atender ao que obriga a Lei 10.639/03, seu conteúdo é desenvolvido tendo por base o curso de "Gênero e Diversidade na Escola", ofertado pelo MEC e desenvolvido pela UAB/UFSCar, o qual o professor Silvio concluiu em 2010.

Agora assista ao video originalmente publicado no Youtube, com Gilberto Gil cantando a música "A Raça Humana".


Para refletir mais um pouco sobre a raça humana assista agora, com Roberto Leal, "A raça humana não tem cor". Ele diz, entre outras coisas que: "se houver amor, raça humana não tem cor".


Agora, para pensar mais um pouco sobre a condição e da brasileira e do brasileiro, ouça "Racismo é burrice", com Gabriel, o Pensador. Entre outras coisas ele diz que: "...que morra o preconceito e viva a união racial...quem vai lavar a sua mente não sou eu; é você".


E será que em algum momento você não agiu ou presenciou alguém agindo como descreve Chico Buarque em " A Geni e o Zepelim".


E dos Estados Unidos da América, veio um exemplo de luta contra o racismo, que fez de Martin Luther King um dos ícones na luta pela igualdade racial em todo o mundo.



Ouça outra música, agora com a Banda Natiruts: "Quem Planta Preconceito" cujo refrão é: "quem planta preconceito, racismo e indiferença, não pode reclamar da violência".


E na música "Blowin'in the wind", Bob Dylan, perguntava inclusive isto: "quanto tempo o homem deve virar a cabeça fingindo não ver o que está vendo?". Então acompanhe a versão em português com Diana Pequeno.


Assim, começamos o nosso projeto, cujo andamento você poderá acompanhar por aqui.
Obrigado pela visita. Volte sempre!
Silvio Luís de Carvalho

2 comentários:

  1. OLá,Silvio, parabéns pela bela e expressiva iniciativa. Precisamos divulgar trabalhos desse porte, o mundo carece de iniciativas como essa. Avante!

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  2. Olá Silvio, é uma prazer contribuir com niciativas como essa. Sinto falta de maiores preocupações com essa questão tão importante no âmbito escolar, visto que a escola têm sido conivente com o racimo explicito (ou não) existente em outros setores da sociedade. Uma experiencia que posso contar mais tarde, foi uma inicativaque tive h´alguns anos, quando criei e coordenei um núcleodo Educafro aqui em São Paulo.; tive alçgumas experiencias que gostaria de compartilhar com vocês. Outra coisa, falta uma música muito importante além dessas que voce postou: Negro Drama, dos Racionais MC's, que sintetiza o drma que é ser negro, principalmente nas grandes cidades do Brasil. Mas eu volto depois para falar melhgor sobre isso e contar outros "causos".
    Abraços
    Moacir

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